Você deve conhecer alguém que sofreu algum tipo de ataque cibernético. Cada vez mais comum, a maioria dos crimes cibernéticos é feito por indivíduos, pequenos ou grandes grupos.
Esses criminosos sempre encontram novas maneiras de cometer crimes, tratando o cibercrime como um negócio e formando comunidades criminosas globais.
Segundo a pesquisa realizada pela Norton Cyber Security Insights Report, o Brasil saltou da 4ª para a 2ª posição no ranking de países que mais sofreram crimes cibernéticos.
O país totalizou mais de 62 milhões de vítimas e um prejuízo acima de US$ 22 bilhões no último ano, ficando atrás apenas da China, com débito de US$ 66,3 bilhões. O excesso de confiança das pessoas no ambiente on-line está colaborando cada vez mais para o aumento de cibercrimes no mundo.
De acordo com o relatório da Norton, em 2017, os crimes cometidos na internet somaram um prejuízo de US$ 172 bilhões e prejudicaram mais de 978 milhões de consumidores em 20 países.
O professor e coordenador do MBA em Marketing Digital da Fundação Getúlio Vargas em todo o Brasil, Andre Miceli, já havia previsto, o número de crimes pela internet continuou crescendo no período e esse cenário não deverá se alterar.
Temos visto o aumento de ataques a servidores, computadores e smartphones. Nos próximos anos, veremos ataques a carros, drones, roupas, cardioversores, bombas de insulina e outros gadgets que irão fazer parte de nossas vidas. Por isso é tão importante falar sobre esse assunto”, explica Miceli.
Confira alguns tipos de ataques cibernéticos:
- Botnet – Uma rede de robôs de software ou bots, que espalham automaticamente o malware;
- Fast Flux – Sistema que move os dados entre os computadores rapidamente, em um botnets para dificultar o rastreamento da fonte de malware ou sites de phishing;
- Computador Zombie – O computador que foi pirateado é usado para lançar ataques maliciosos ou para se tornar parte de uma botnet;
- Social Engineering – Os criminosos usam mentiras e manipulação, com ameaças de revelar informações pessoais para enganar as pessoas. O phishing é uma forma de engenharia social;
- Denial-of-Service attacks – Os criminosos lotam uma rede ou servidor com tráfego para torná-lo indisponível para seus usuários;
- Skimmers – Dispositivos que roubam as informações do cartão de crédito quando o cartão é deslocado através deles. Isso pode acontecer em lojas ou restaurantes quando o cartão está fora da sua visão e, com freqüência, as informações do cartão de crédito são vendidas on-line por meio de uma comunidade criminosa.
Atualmente, 54% das residências brasileiras têm acesso à internet, e a conexão nos lares via dispositivos móveis dobrou nos últimos anos.
O número de domicílios sem computadores, que acessam a web via aparelhos portáteis, na maioria smartphones, passou de 7% em 2014, para 14% em 2016, indica pesquisa da TIC Domicílios, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil em 2017.
O relatório da Norton aponta que 8 em 10 entrevistados utilizam dispositivos portáteis para efetuar compras online, e 72% acreditam que essa ação possui uma ameaça moderada. O Brasil fechou 2017 com mais 236 milhões de celulares, uma média de 113,52 celulares/100 habitantes.
Esse aumento também impacta no crescimento de cibercrimes, já que muitos acreditam que estejam mais seguros utilizando aparelhos móveis. O paradoxo segurança x liberdade, que sempre existiu no meio físico, existe no digital também. Quanto mais livres estivermos, menos seguros estaremos”, afirma o especialista da FGV.
A pesquisa da Norton Cyber Security ainda mostra que os consumidores que mais enfatizam a segurança cibernética, são os mais propícios a sofrerem um cibercrime.
Normalmente as ações desses usuários no ambiente on-line, não condizem com o comportamento e eles ficam mais vulneráveis e comentem erros simples.
O número recorde de ataques no último ano aponta que devemos ficar mais atentos quando se trata de informações pessoais no mundo virtual. Por isso, a melhor maneira é se precaver para navegar de uma forma mais segura na web.
Evitar o uso de redes públicas, modificar sua senha constantemente, não usar a mesma senha em todos os sites, não instalar nenhum software sem ter certeza da procedência e não abrir e-mails de desconhecidos. Essas práticas irão resolver 80% dos casos.
Miceli assegura que para ajudar no processo de combate ao crime no espaço virtual, as empresas têm usado práticas de inteligência artificial. O uso desse recurso para prevenção de fraudes não é exatamente um conceito novo, de acordo com o professor da FGV, mas tem ganhado bastante em sofisticação e precisão.
Ao rastrear as características de uso do cartão de crédito e do acesso aos dispositivos eletrônicos, os especialistas geram dados de maneira que os computadores possam aprender e prever a maneira através da qual espera-se que um determinado usuário se comporte. Então, esses algoritmos passam a ajudar a detectar padrões fraudulentos em transações e evitar fraudes de cartões”, observa o professor da FGV.
Por fim, Miceli, relata que, se por um lado vemos uma grande discussão sobre todo o estrago que a inteligência artificial pode causar no mercado de trabalho, por outro, muito em breve, temos nela um forte aliado em nossa segurança.
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