Resenha do livro “Discuta Menos, Dialogue Mais” – Jefferson Fisher | Editora Intrínseca

Esta poderia ser uma das máximas que sintetizam o livro “Discuta Menos, Dialogue Mais“, de Jefferson Fisher, advogado especialista em comunicação estratégica e resolução de conflitos.

A obra, publicada pela Editora Intrínseca, surge como um guia essencial para tempos em que o excesso de polarização e a dificuldade de estabelecer conversas construtivas geram rupturas nos mais diversos ambientes: familiares, profissionais, políticos e afetivos.

A proposta do livro

Jefferson Fisher parte de sua vasta experiência como advogado e mediador de conflitos para apresentar ao leitor ferramentas práticas para transformar discussões improdutivas em diálogos autênticos e construtivos.

Longe de ser um manual técnico, a narrativa se desenvolve com fluidez, marcada por exemplos cotidianos e reflexões acessíveis. Desde o início, Fisher reforça a importância de repensarmos nossa postura frente aos conflitos:

“Você não precisa escolher entre ser ouvido e ser gentil. É possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo.”

Esse convite à empatia é o fio condutor do livro, que propõe abandonar a necessidade de vencer argumentos e, em vez disso, criar pontes de compreensão.

Pontos fortes

Didática e acessibilidade: Fisher tem um estilo direto, empático e motivador. Ele se comunica com o leitor como quem dá conselhos valiosos, sem soar impositivo.

“As palavras que você escolhe dizem mais sobre você do que sobre quem você está tentando convencer.”

Estrutura prática: A obra é organizada em capítulos curtos e objetivos, que abordam temas como escuta ativa, linguagem corporal, validação emocional e gestão do tom de voz. Cada seção é acompanhada de exemplos e exercícios para aplicação imediata.

Relevância social: Num contexto de polarização crescente, o livro toca em um tema vital: a necessidade de resgatar a qualidade do diálogo nas relações humanas. A obra é particularmente útil para líderes, profissionais da educação, casais e pais.

Atualidade e aplicabilidade: O autor dialoga com situações contemporâneas: conversas difíceis em redes sociais, conflitos familiares sobre questões geracionais ou políticas, além de negociações no ambiente corporativo.

Como ele bem sintetiza:
“O objetivo de um diálogo não é vencer, mas entender e ser entendido.”

Pontos de atenção

Abordagem introdutória: Para leitores mais experientes ou estudiosos das áreas de comunicação não violenta (CNV) ou psicologia, a obra pode parecer introdutória, focada mais na prática cotidiana do que em aprofundamentos teóricos.

Foco na responsabilização individual: Fisher enfatiza a responsabilidade de cada um em promover melhores diálogos, o que, embora necessário, pode minimizar fatores sistêmicos e estruturais que também influenciam a qualidade das conversas.

Ainda assim, ele reforça:
“Você pode escolher ser a calmaria na tempestade verbal de outra pessoa.”

Essa visão de autorresponsabilidade é um dos pilares da proposta.

Destaque do livro

Um dos trechos mais marcantes — e que sintetiza a filosofia do autor — é:
“Não podemos controlar as palavras dos outros, mas sempre podemos escolher como reagimos a elas.”

Esse pensamento norteia toda a proposta do livro: deslocar o foco do outro para a própria atitude, promovendo uma comunicação mais madura, respeitosa e eficaz.

Vale a leitura?

Sim, altamente recomendada, especialmente para quem deseja melhorar suas habilidades comunicativas, reduzir conflitos e construir relacionamentos mais saudáveis.

Jefferson Fisher entrega um livro que, embora simples em sua proposta, é profundo em suas implicações.

Mais do que evitar discussões, ele nos convida a encarar o diálogo como um instrumento de conexão, escuta e transformação:
“Quando você escolhe o diálogo em vez do confronto, você constrói pontes, não muros.”

Um livro que dialoga com todos que acreditam que entender é mais importante do que convencer.