Semana passada fui convidada para participar do evento “Os gatilhos da dor de cabeça no futuro”, realizado pela Neosaldina® e conduzida pela WGSN Mindset. As informações dessa pesquisa realizada pela WGSN, mostrou tendências comportamentais da vida moderna que podem desencadear a dor de cabeça e soluções em aplicativos para prevenção deste problema. Confira!
Vivemos na era da ansiedade, do esgotamento cerebral, da dor da pós-verdade, da autoexigência e do barulho. Essas características podem ser classificadas como as cinco tendências ou gatilhos da dor de cabeça no futuro.
Realizado em março deste ano, o estudo¹ foi feito com base nos comportamentos da população e o resultado mostra que a maioria dos provocadores da dor de cabeça está relacionada a questões externas já conhecidas, como estresse e falta de sono, mas também a fatores emocionais e à crescente influência da tecnologia na rotina.
1 Gatilho – Ansiedade:
Em escala mundial, nunca estivemos tão ansiosos como hoje. A maneira como nos comunicamos, compramos, e a cultura que estamos inseridos foram influenciados pela ansiedade.
De acordo com o Google Trends, os termos de pesquisa envolvendo a palavra ansiedade duplicaram desde 2015. A ansiedade é categorizada como uma patologia e foi inserida na terceira edição do DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).
No Brasil, a Organização Mundial de Saúde² estima que 9,3% da população sofra de ansiedade, o que coloca o país em primeiro lugar na lista dos que apresentam a patologia no mundo. Como consequência, a condição se torna uma preocupação social e de saúde pública.
De acordo com a pesquisa, para combater esse cenário, é importante investir em momentos de interação social que proporcionem calma, espaços que propõem a redução da ansiedade e técnicas para relaxar e aprimorar a qualidade do sono.
A pessoa que está lidando no automático com a vida ou alguma situação específica não consegue compreender o que está fazendo. Geralmente quem vive dessa maneira tem grandes chances de sofrer um episódio de pânico, desenvolver o transtorno de ansiedade generalizada ou uma fobia social. Fazer mais e mais atividades é uma tentativa de não deixar o aparelho psíquico negociar diferentes instâncias”, Claudio César Montato em entrevista à Tab UOL. Tema: Ansiedade.
Soluções:
- Dumb Phone: Smartphone para usuários que querem se desconectar da internet.
Time to Log Off: Site que ajuda você a fazer uma desintoxicação digital.
2 Gatilho – Esgotamento cerebral:
Em um mundo ultra conectado, onde o virtual se torna a nova realidade, é muito mais difícil se manter focado. Viciados em viver o presente, estamos criando uma cultura de distração, onde tentamos prestar atenção a tudo ao mesmo tempo.
De acordo com Tony Crabbe, autor do livro “Busy: How to Thrive in a World of Too Much”, vivemos em um mundo infinito, onde as coisas nunca terminam. Há sempre mais e-mails, reuniões e prazos, que resultam em pressão para se fazer tudo e levam as pessoas a se sentirem desgastadas e distraídas.
Uma pesquisa da Microsoft apontou que os períodos de atenção estão diminuindo graças à sobrecarga digital. Sendo assim, nosso cérebro está cada vez mais esgotado.
Nos tornamos mais viciados na atualidade do que nunca. Queremos estar a par de tudo e cada minuto dedicado a focar em uma atividade como ler um livro ou assistir a um filme ao invés de olhar o nosso feed nas redes sociais nos tira do presente e, portanto, nos deixa propensos a perder alguma coisa”, Kyle Chayka, jornalista contribuinte de publicações como Newsweek, The New Republic e The New Yorker.
Solução:
3 Gatilho – Dor da pós-verdade:
Segundo o Oxford Dictionary – Departamento da universidade de Oxford responsável pela elaboração de dicionários, a pós-verdade pode ser definida como a situação na qual os fatos têm menos influência na opinião pública do que o apelo à emoção e as crenças pessoais. Ou seja, cada vez mais as pessoas tratam os fatos como opiniões, descartando aqueles que não gostam.
(…)Pós-verdade é um neologismo que descreve a situação na qual, na hora de criar e modelar a opinião pública, os fatos objetivos têm menos influência que os apelos às emoções e às crenças pessoais. Os sentimentos estão substituindo os fatos na era da pós verdade.
Hoje em dia, a verdade parece ser algo secundário. Nós tratamos os fatos como opiniões, descartando aqueles que não gostamos.
No Brasil, a confiança também cai. O estudo global Edelman Trust Barometer 2017 revela a maior queda já registrada na confiança em todas as instituições: Empresas, Governo, ONGs e Mídia.
Impulsionada pela ascensão das mídias sociais como uma fonte de notícias e uma crescente desconfiança dos fatos oferecidos pelas instituições, a pós-verdade como conceito existe há algum tempo. Dado que o uso do termo não mostrou nenhum sinal de desaceleração, eu não ficaria surpreso se a pós-verdade se tornasse uma das palavras definidoras do nosso tempo”, Casper Grathwohl, Presidente do Oxford Dictionaries.
Solução:
Escape Your Bubble: Escape da sua bolha de notícias no Facebook.
4 Gatinho – Autoexigência:
A busca pelo perfeccionismo é constante e contribui para o aumento da ansiedade na população, segundo estudo feito pela University of Bath e pela York St John University3.
Em paralelo, a população passa a associar o excesso de atividades e a produtividade ao sucesso pessoal e profissional. Estar desocupado sugere que estamos fora do sistema, sendo pouco úteis a ele.
Trabalhar por muitas horas não necessariamente está relacionado à produtividade. Segundo o Departamento de Estatísticas do Trabalhos dos EUA, a produtividade está aumentando no menor ritmo visto em décadas.
Atualmente, caminhamos para a economia do conhecimento, no qual mais pessoas têm trabalhos intelectuais e menos manuais – isso muda a lógica de quanto mais tempo trabalhado, maior a produtividade. Medir produtividade é um desafio, o que torna o tempo uma forma ilusória de produção.
Segundo o neurocientista Jean-Philipe Lachaux, a ideia de ser multitarefa é um mito.
Há duas maneiras de ser multitarefa. A primeira é executar duas ações simultaneamente, sendo que uma delas deve ser automática. Dirigir ouvindo rádio, por exemplo, ou andar de bicicleta e cantar. Agora, fazer duas coisas ao mesmo tempo que precisam de atenção, como verificar seus e-mails durante uma reunião, exige que você alterne rapidamente seu foco: ouvir o que a pessoa está dizendo e discretamente verificar suas mensagens ao mesmo tempo.”
Tais autoexigências têm criado uma cultura do “perfeito”, o que é prejudicial à saúde, principalmente quando o assunto é alimentação.
A autoexigência tem relação direta com a alimentação e no fluxo de ‘preciso ser bom em tudo’, o conceito do se alimentar bem é constantemente confundido. Comer saudável contempla consumir o que gostamos e de forma equilibrada. Na falta de algum nutriente, em dietas restritivas ou com o mau funcionamento do intestino e na presença de problemas digestivos, o corpo pode reagir e desencadear uma dor de cabeça”, alerta a nutricionista Marcia Daskal.
5 Gatilho – Barulho 2.0:
Os ruídos aumentam exponencialmente e, como consequência, a angústia e o estresse pioram. E esse barulho tem causado mais do que apenas irritação: resultados da Organização Mundial da Saúde4 mostram que 3% dos ataques cardíacos e derrames cardíacos fatais na Europa são causados pelo ruído do trânsito.
O barulho aumenta e a angústia piora. E o ruído causa mais do que irritação: resultados da Organização Mundial da Saúde, mostram que 3% dos ataques cardíacos e derrames cardíacos fatais na Europa são causados pelo ruído do trânsito.
Ligado a muitas consequências, como a hipertensão arterial, a perda de sono e até doenças cardíacas, o ruído crônico está emergindo como uma grande preocupação com a saúde no mundo moderno.
Mesmo que não haja um isolamento, é importante ter momentos de descanso para os ouvidos. É o que pensa a especialista Alice Bernardi, membro do Departamento de Audição e Equilíbrio da SBFA (Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia). Ela crê que a atual geração terá um envelhecimento auditivo precoce, resultado do vício em barulho.
Além de prejudicar a audição, o barulho em excesso pode ocasionar distúrbios de sono, estresse e problemas psicológicos – algumas das principais condições para o surgimento da dor. As pessoas precisam garantir maneiras de ter momentos de silêncio em sua rotina, seja no ambiente de trabalho, na rua ou em casa”, completa a Dra. Célia.
Para Julia Curan, Consultora da WGSN Mindset, a pesquisa chama atenção para questões bastante impactantes no cotidiano da população:
As tendências descobertas já são uma realidade e a previsão é que elas só se intensifiquem nos próximos anos. Por isso, precisamos prestar cada vez mais atenção em quais pontos as influências externas podem ajudar ou prejudicar, desencadeando uma dor de cabeça”, explica.
Entendemos o impacto da dor de cabeça na vida das pessoas. Por isso, buscamos sempre inovar e trazer dados e estudos que ajudam a melhorar o dia-a-dia das pessoas que sofrem com a condição. O objetivo com a pesquisa foi antecipar o que tende a gerar o desconforto no futuro, permitindo às pessoas investir em maneiras de prevenir a dor de cabeça”, completa Abner Lobão, Diretor de Assuntos Científicos Brasil e LATAM da Takeda.
O ouvido é o último caminho até se chegar ao cérebro. Quem quer que seja dono desse caminho está em uma posição muito poderosa”, Michael Breidenbrucker, Co-fundador da Last FM
Solução:
- Oro Space, Muzo: Ouça o mundo que é importante para você.
Referências bibliográficas:
- WGSN Mindset. Pesquisa O futuro da dor cabeça. São Paulo: WGSN Mindset para Takeda mar 2018. Foi utilizada a metodologia de desk research, olhando tanto para a plataforma WGSN, como para outras fontes secundárias.
- World Health Organization – WHO. [Organização Mundial da Saúde]. Estudo Depression and Other Common Mental Disorders. [Depressão e outros distúrbios mentais comuns: estimativas globais de saúde]. [Internet]. 2017. [Cited 2018 apr]. Disponível em: .
- Curran T., & Hill AP. Perfectionism Is Increasing Over Time: A MetaAnalysis of Birth Cohort Differences From 1989 to 2016. American Psychological Association. [Internet]. Psychological Bulletin. 2017 Dec 28 abstract. [Cited 2018 apr]. Available from: .
- World Health Organization – WHO. [Organização Mundial da Saúde] . Burden of disease from environmental noise. [Internet]. 2011. [Cited 2018 apr]. Disponível em: .
Sobre a Takeda
A Takeda é uma empresa farmacêutica global, comprometida em proporcionar ao paciente saúde melhor e um futuro mais brilhante, traduzindo a ciência em medicamentos que mudam vidas. A companhia concentra os seus esforços de pesquisa nas áreas de oncologia, gastroenterologia e sistema nervoso central e tem programas específicos de desenvolvimento com especialidade em doenças cardiovasculares, assim como produção de vacinas. A companhia investe em Pesquisa e Desenvolvimento internamente e com parceiros, com o objetivo de permanecer na liderança das inovações. Mais de 30 mil funcionários, em 70 países, estão empenhados em melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Novos produtos, bem como sua presença nos mercados emergentes, fomentam o seu crescimento de forma sustentada.
Sobre a WGSN
Plataforma pioneira em tendências e previsões. A WGSN foi a primeira a combinar tecnologia de ponta com a criatividade humana para atender às necessidades únicas da indústria criativa internacional. Informações e inspirações de todo o mundo podem ser acessadas com um só clique. Mantemos nosso cliente informado e à frente do mercado, podendo criar o futuro para seu negócio e para seus consumidores. Com mais de 250 especialistas em previsão de tendências e cientistas de dados em todo o mundo, nós ajudamos 6.500 empresas a se manterem relevantes e encontrarem as próximas oportunidades de crescimento. Junto com os nossos 74.000 usuários, criamos o amanhã ao unir pesquisa qualitativa com análises quantitativas e serviços personalizados de consultoria. Mais informações em:
Sobre a pesquisa
A pesquisa “O futuro da dor de cabeça” é uma realização da WGSN Mindset, encomendada pela marca Neosaldina®, da farmacêutica Takeda, para avaliar os gatilhos da dor de cabeça nos próximos anos. O estudo foi realizado em março de 2017 e foi utilizada a metodologia de desk research, olhando tanto para a plataforma WGSN, como para outras fontes secundárias.
Descubra mais sobre Blog da Carol Sisson: Tudo sobre Bem-Estar, Beleza e Lifestyle
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
Olá! Deixe seu comentário