Para quem tem medo de voar, saber que o avião é o meio de transporte mais seguro que existe não adianta muito na hora de encarar uma viagem, não importa se ela vai durar 4 horas ou 30 minutos. Pesquisas indicam que cerca de 30% da população mundial sofre de aerofobia. Mas, a condição é muito mais complexa do que se imagina.
Segundo Fernanda Queiroz, psicóloga, neuropsicóloga e cofundadora da primeira empresa brasileira especializada no estudo e tratamento para quem tem medo de voar, quase sempre vem acompanhada de outros medos.
Em alguns casos, o medo não é do avião cair e sim de ficar preso em um lugar fechado e de perder o controle da situação, ou seja, a pessoa tem claustrofobia e não fobia de voar. Mas, as duas condições podem ocorrer ao mesmo tempo”, explica.
Você sabia?
O medo de voar atinge 30% da população mundial e 40% dos brasileiros, segundo pesquisa do IBOPE.
Aerofobia x Claustrofobia
Ambas as condições são consideradas fobias específicas de acordo com o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e são classificadas como Transtornos de Ansiedade.
Todo mundo sente medo, afinal ele serve justamente para nos proteger de situações que o cérebro interpreta como perigosas. Entretanto, em algumas pessoas o medo vem acompanhado de uma ansiedade fora do normal, ou seja, patológica. Quando isso acontece chamamos de reação fóbica e quando esta é direcionada para uma única situação ou objeto se caracteriza a fobia específica”, explica Paola Casalecchi, psicóloga e neuropsicóloga.
Quais são os sintomas?
A aerofobia e a claustrofobia, assim como outras fobias, causam os mesmos sintomas, como aperto no peito, falta de ar, tontura, enjoo, palpitação, sudorese excessiva, boca seca. A diferença é o tipo de situação que leva ao desencadeamento destes sintomas.
Quem tem medo de lugares fechados vai senti-los dentro de um elevador, de um avião ou até de um carro. Mas, quem tem medo de avião, sem estar associado a claustrofobia, não terá problemas em pegar um elevador ou viajar de carro”, explicam as especialistas.
As características
As principais são evitação ou esquiva.
A pessoa faz de tudo para não se expor à situação. O medo é persistente e a simples suposição de se deparar com uma viagem de avião, por exemplo, já é suficiente para despertar os sintomas”, diz Fernanda.
O diagnóstico é feito quando o medo, a evitação e a preocupação excessiva com o agente estressor interferem de forma significativa na vida social, profissional e até pessoal, levando a prejuízos e à perda da qualidade de vida, por um período igual ou maior que seis meses.
Vencendo o medo
Tanto faz se o medo de voar está associado à claustrofobia ou a outras fobias específicas. A verdade é que a pessoa pode perder muitas oportunidades de trabalho ou mesmo de lazer quando tem medo de voar.
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