A crise no mercado de luxo

No mundo, o Brasil é dos países que mais consomem produtos de luxo. As mais renomadas marcas de luxo migraram nos últimos anos para o país com a expectativa de lucratividade em curto prazo, o que na maioria dos casos não ocorreu.

Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro possuem shoppings com lojas exclusivas do segmento, verdadeiros redutos de luxo que atraem consumidores nacionais e internacionais. Carolina Boari, especialista no mercado de luxo, enfatiza que, no Brasil, diferentemente de qualquer outro país, o consumo de luxo pode ser parcelado, ou seja, essa facilidade de pagar atrai um número maior de consumidores da classe média, ansiosa por artigos do setor.

O fato é que os consumidores fiéis são aqueles que trabalham dia a dia e na maioria dos casos compram os seus produtos de beleza em 12 vezes no cartão de crédito. Comportamento totalmente diferente de quem possui alto poder aquisitivo, no qual,  muitas vezes opta por adquirir o seu produto de beleza nas viagens que realiza, pagando um valor inferior e sem alta carga tributária praticada no Brasil.

Infelizmente, as notícias não são favoráveis (pelo menos por enquanto). O cenário promissor das grifes de luxo foi abalado pela grave crise econômica que se instalou no país. Diversos fatores como, por exemplo, a desaceleração da economia, instabilidade política, elevação cambial e despesas trabalhistas, fecharam as portas de algumas marcas que perceberam um custo operacional impraticável.

A falta de investidores e a expectativa de lucros em curto prazo, que não ocorrem, trouxe à tona dificuldades burocráticas encontradas no país, afastando imediatamente várias marcas importantes do território nacional”, explica Carolina Boari.

Os questionamentos que ficam no ar são:

Você, nessa crise econômica que estamos vivendo, tem coragem de pagar R$ 3.000,00 em um creme anti-anging?

Há esperanças para as marcas de beleza luxo que ainda restam no país?

Em época controlar as despesas, você opta por um produto com boa qualidade e um valor inferior ou continua fiel ao seu produto de luxo?